quarta, 24 Abr , 2024
evidencia

OS 50 ANOS DA FEIRA QUE TEM TUDO PARA O SEU LAR

há 7 anos

Texto: Natália Tiezzi Manetta
Fotos: Marcelo Trinca - Evidência Revista

Quem nunca precisou trocar aquela velha colher de pau da cozinha para fazer um doce delicioso ou comprar meia dúzia de copos novos para servir aquela visita especial que chega de última hora?

E, quem sabe, renovar o aparelho de jantar com peças mais atuais, ou mesmo se desfazer da antiga caneca de alumínio e adquirir um bule novinho?

Vai casar e quer a sua casa linda, com aquele toque de bom gosto em cada detalhe, para cada ambiente?

Seja qual for a necessidade, há 50 anos a Feira do Lar tem tudo para deixar nossas casas ainda mais bonitas e confortáveis, desde a funcionalidade da cozinha, até o aconchego de uma sala de estar, ou a descontração do ‘cantinho do churrasco’.

Nestas cinco décadas, a Feira do Lar foi se consolidando em São José e em toda a região como a loja mais completa em utilidades para o lar, como o próprio nome sempre sugeriu.

A casa comercial que funciona no mesmo local desde a sua inauguração, em 1967, pertence a família Costa Figo e está em sua terceira geração.

Muito mais que uma feira que comercializa milhares de itens indispensáveis para a casa, a Feira do Lar é uma das lojas mais antigas de Rio Pardo, que possui uma linda história, a qual será contada pela família Costa Figo, sendo dona Odila, a matriarca, Alfredo Carlos, o filho, e Alfredo Figo, o neto do saudoso senhor Azael da Costa Figo, um dos comerciantes mais respeitados, que, ao lado de outro rio-pardense renomado, o deputado federal Silvio Torres, fundou a loja na década de 60.

Conheçam, através deles, um pouco mais dessa Feira que tem tudo para o Lar há 50 anos.


Danilo, Alfredo Costa, Alfredo Figo e Dona Odila

UMA INOVAÇÃO CHAMADA FEIRA DO LAR

A Feira do Lar nasceu da sociedade de dois rio-pardenses que queriam oferecer algo novo para a cidade na área de utilidades. Azael da Costa Figo e Silvio Torres, à época, já mantinham uma grande amizade e, numa certa ocasião, o hoje deputado federal, apresentou a idéia de montar uma loja diferente, com uma variedade de produtos nunca vista por aqui e na região, somente em grandes centros, como era o caso de São Paulo.

Azael, que dividia seu tempo entre cargos públicos e a família, gostou da idéia. A Feira do Lar iniciou suas atividades em uma parte de um dos prédios que pertencia ao pai de Silvio, senhor Lupércio Torres, que naquele momento estava ociosa.

Modesta, mas sempre oferecendo produtos de qualidade, a Feira do Lar começou a conquistar seus clientes, sendo que muitos deles compram na loja até hoje.

Após alguns anos de sociedade, Silvio Torres foi estudar em São Paulo e como não podia se dedicar com mais tempo a loja vendeu sua parte ao senhor Azael, que a partir de então passou a administra-la sozinho.

 UM MESMO E FELIZ CAMINHO HÁ CINCO DÉCADAS

Impossível falar da Feira do Lar e não falar, ao mesmo tempo, dela: dona Odila, viúva do senhor Azael. Ela sempre acompanhou os seguros passos do marido na loja e o ajudou a construir a história do comércio da família. “Ia à loja todos os dias, como faço até hoje. O mesmo caminho que, para mim, quase nada mudou”, disse dona Odila, aos 83 anos.

Mesmo com o passar do tempo, ela fala com muito carinho do estabelecimento comercial e o que ele representou para o senhor Azael. “Aqui era a segunda casa do Azael. Ele amava a loja e a administrava com todo amor e carinho. Essa forte ligação dele com a Feira do Lar permanece, pois ainda sinto muito a presença de Azael por aqui”, destacou dona Odila.

Orgulhosa em ver o filho e a agora o neto na administração da loja, dona Odila quer que o futuro da Feira do Lar seja igual ao seu presente. “Que ela continue assim: com uma excelente clientela e que todos possam encontrar o que precisam aqui, como sempre foi e tenho certeza que sempre será: uma loja que todo mundo gosta”, concluiu.

 
Dona Odila - 83 anos: "Azael representava tudo em minha vida. Como é bom sentir a presença dele aqui na loja”.

 “NÃO ENCONTROU? VÁ A FEIRA DO LAR QUE TEM”

A história do filho de dona Odila e senhor Azael, Alfredo Carlos, com a Feira do Lar começou quando era adolescente. “A loja entrou na minha vida aos 13 anos, quando foi inaugurada. Recordo-me de acompanhar meu pai nas viagens que fazia para comprar mercadorias em São Paulo, Porto Ferreira. A camionete vinha abarrotada de produtos e por vezes ficava com medo de sermos barrados pela guarda rodoviária devido ao volume trazido na carroceria. Foi uma época de muito trabalho, de muito aprendizado com meu pai, que me marcou muito”, disse.

Após a morte do senhor Azael, Alfredo assumiu a administração da loja por três anos, mas a paixão pela arquitetura falou mais alto. “Agora a loja está nas boas mãos de meu filho, que está dando uma cara nova à Feira do Lar”, salientou.

Mesmo distante da administração, Alfredo Carlos ressaltou a importância da loja para São José e região. “A Feira do Lar se tornou muito mais que um comércio de utilidades. Hoje ela é um ponto de referência e criou uma identidade com os rio-pardenses e com os moradores de cidades vizinhas por ser uma loja única, muito fácil de comprar e que tem de tudo em um só lugar. Costumo dizer que se a pessoa não achou o produto em lugar nenhum que ela vá a Feira do Lar, pois lá ela sempre encontrará”, finalizou.

 
Alfredo Carlos da Costa Figo

O DESAFIO DE ADMINISTRAR OS PRÓXIMOS 50 ANOS

Uma das lembranças mais marcantes de Alfredo Figo com a Feira do Lar é de quando o avô Azael o levava, juntamente com o irmão e os primos, até a loja e deixava escolher um brinquedo no Dia das Crianças. Porém, a brincadeira com carrinhos atrás dos balcões na infância foi deixada para que a terceira geração passasse a administrar o comércio da família.

“A Feira do Lar entrou na minha vida adulta há quatro anos, infelizmente após a morte de meu avô. Quando voltei a São José, na época, meu pai assumiu a administração da loja, mas viu que sua vocação não era o comércio e sim a arquitetura. Foi então que comecei a ter mais contato com ela”.

Alfredo, que cursou em Propaganda & Marketing, passou a colocar em prática boa parte do que aprendeu na faculdade na loja. “Meu pai e meu irmão, que são meus sócios, acreditaram em mim na administração da Feira do Lar e hoje tento aliar um pouco do que aprendi na universidade com os ensinamentos de meu pai e também de meu avô. Atualmente, a missão da loja é deixar a casa de todos, seja qual for sua classe social, mais bonita, mais confortável e mais aconchegante a partir de seus produtos, que primam sempre pela excelente qualidade e preços justos”, destacou.

A inspiração de Alfredo vem principalmente do avô. “O senhor Azael sempre teve muito respeito pela loja, pelos seus funcionários e sempre fez tudo com muita dedicação, amor e honestidade. Sinto muito a presença dele por aqui e sempre que posso peço ajuda a ele para que eu consiga administra-la tão bem quanto ele a administrou”.

 
Alfredo Figo

 
COLABORADORAS: UNIÃO QUE FAZ PROSPERAR



O atendimento na Feira do Lar sempre foi um diferencial desde sua inauguração. E quantas pessoas já passaram por ali, aprenderam as preciosas lições do casal Azael e Odila, e fizeram prosperar os negócios da família Costa Figo.

A atenção aos clientes, o carinho dispensado no momento do atendimento e a organização em saber exatamente onde procurar os produtos e indicar o mais adequado para cada ocasião faz das colaboradoras da Feira do Lar muito mais do que simples atendentes.

“Estou aqui já faz quatro anos e meio e adoro meu trabalho. O ambiente é muito bom para trabalhar, aprender, enfim. Gostaria de agradecer a Feira do Lar pela oportunidade de estar aqui e compor essa grande equipe”, disse a colaboradora Fernanda.

A colaboradora Liliane também fez um agradecimento especial pelo trabalho na Feira do Lar. “Gosto muito de fazer parte dessa equipe, que é muito unida. Enfrentamos dias bons e ruins sempre juntas e procuramos passar esse clima de união para os clientes da loja. Que venham mais 50 anos de muita prosperidade”, destacou a colaboradora que completou três anos de trabalho no local.

O desejo de ver a Feira do Lar crescer ainda mais e proporcionar oportunidades de trabalho foi destacado pela colaboradora Rosemeire, que possui seis anos de casa. “Quero desejar tudo de melhor para a Feira do Lar e que ela continue se destacando na cidade e gerando novas oportunidades de trabalho”.

Já a colaboradora Lílian enfatizou que a equipe da Feira do Lar se tornou uma grande família. “Estou há 10 anos aqui. Comecei como atendente e cheguei até a gerência. Aprendi muito como senhor Azael, que sempre foi um excelente administrador, amigo, um verdadeiro pai para todas nós. Nosso trabalho é baseado no respeito, na atenção e na dedicação aos nossos clientes. A união entre todas nós, colaboradoras, é muito grande. Somos uma grande família e procuramos passar esse sentimento familiar aos nossos clientes”.

 AZAEL DA COSTA FIGO: UMA SAUDADE, VÁRIAS LIÇÕES

Cada pessoa, seja da família, amigo ou cliente da Feira do Lar, sente uma saudade grande e possui lembranças muito boas do senhor Azael da Costa Figo.

 “Feira do Lar está sempre presente em nossos lares” – Caetano Malaguti, cliente há 48 anos

 “Recordo-me quando a Feira do Lar abriu suas portas. Que loja maravilhosa... Quantos presentes, utilidades... E que atendimento diferenciado, que na verdade começou com o senhor Azael, que soube treinar muito bem sua equipe de funcionárias. A Feira do Lar marcou a cidade, pois é difícil imaginar uma casa que não tenha um presente, um utensílio da loja. Ela formou muitos lares. Desejo mais 50,100 anos para essa grande loja, que estará sempre presente em nossos lares”.



 “Encontro tudo que preciso na Feira do Lar” – Cícera Moura, cliente há 45 anos

A Feira do Lar foi a primeira loja que conheci em São José. Nestes 45 anos sempre fui muito bem atendida por tantas funcionárias que já passaram por aqui. Tudo é muito organizado por elas e isso facilita para os clientes. Além disso, a variedade é muito grande e tudo que preciso encontro aqui na Feira do Lar”, disse a veterana cliente.

 


 “Aqui foi meu único emprego e foi onde aprendi a trabalhar” – Andrea Missura Silva, psicóloga e ex-colaboradora

“Meu sentimento com a loja é de muita gratidão. Sou grata a tudo que aprendi aqui com o senhor Azael, com a dona Odila, que foram verdadeiros pais para mim, com o Alfredo Carlos e com o Alfredinho. A Feira do Lar me proporcionou a oportunidade do primeiro emprego e tenho muito orgulho em dizer que fiz parte de uma equipe maravilhosa, unida, que sempre procurou manter um excelente ambiente de trabalho. Hoje não componho mais essa equipe, mas sempre lembrarei com carinho e respeito dos anos que trabalhei aqui. Viva a Feira do Lar!”

  

 “O legado do senhor Azael está em boas mãos” – Graça Abreu, esposa de Alfredo Carlos

“A Feira do Lar é um verdadeiro legado deixado pelo senhor Azael e acho que ele deve estar muito orgulhoso pelo seu neto Alfredinho estar à frente da administração e faze-la tão bem quanto está fazendo. Sinto-me orgulhosa em fazer parte dessa equipe maravilhosa e desejo muita prosperidade à Feira do Lar”.



“Azael e a Feira do Lar fazem parte da história de São José” – Silvio França Torres, deputado federal

“É uma satisfação ver a Feira do Lar, loja que meu saudoso amigo Azael e eu fundamos cinco décadas atrás sendo tão bem administrada, já na sua terceira geração. Alfredo Carlos e Alfredinho aprenderam boas lições com Azael, que foi um grande administrador, visionário e empreendedor. A Feira do Lar é um legado para a cidade e faz parte da história de São José tanto quanto Azael. Que ela prospere sempre e que continue proporcionando oportunidades de trabalho. Acredito que a administração não vai parar nesta terceira geração e faço votos que as futuras gerações da família Costa Figo também deem continuidade a essa empresa tão querida por todos nós”.

 
“Feira do Lar foi um verdadeiro shopping center na cidade” – Nelson Alves Filho

“A variedade de produtos era tão grande que considerava a Feira do Lar um shopping center. Meu primeiro emprego foi na loja, onde trabalhei por sete anos. Aprendi muito com o senhor Azael, que foi um verdadeiro empreendedor na época, e dona Odila, sendo que os considerava como pai e mãe, pois acredito que ambos sabiam das dificuldades de minha família. A Feira do Lar foi o primeiro degrau para que eu crescesse profissionalmente.

   

Por essas e tantas outras características, o senhor Azael deixou uma grande saudade, que é um pouco suprida pelas boas lembranças e pelos bons exemplos que deixou a seus familiares e amigos, que ainda servem de lição para todos eles!


COLUNISTAS